Como sistemas informatizados podem ajudar na estruturação do SUAS?

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Por Irlane Gomes

No mundo atual, os sistemas informatizados são imprescindíveis no desenvolvimento e organização do trabalho. No âmbito do SUAS, desde sua criação, existem sistemas que auxiliam na gestão do SUAS e contribuem para o aprimoramento da política pública, a partir da coleta de dados nos âmbitos municipal, estadual e federal. Sem a coleta organizada de informações não seria possível mensurar, por exemplo, a necessidade de ampliação da rede socioassistencial nos municípios, os repasses financeiros e o público prioritário dos serviços socioassistenciais, até aspectos de segmentos populacionais, como a população em situação de rua e povos e comunidades tradicionais.

Outros sistemas de gerenciamento de dados podem ser desenvolvidos de forma independente por estados e municípios ou ainda por empresas prestadoras de serviços a governos, como o GESUAS. Alguns estados como a Bahia, possuem sistemas próprios de registro de atendimentos e condiciona seu preenchimento correto e no prazo ao repasse do cofinanciamento estadual e à análise do Plano de Ação anual.

Sistemas informatizados no SUAS, dados e organização das informações

Destarte, ao considerar um dos objetivos do SUAS como sendo o de “reconhecer as especificidades, iniquidades e desigualdades regionais e municipais no planejamento e execução das ações (BRASIL, 2012, Art. 2º)”, somos impelidos a desenvolver estratégias de mapeamento das demandas socioassistenciais presentes nos territórios para organização das ofertas do SUAS. Os municípios, assim, tornam-se responsáveis por trazer à tona a realidade de seu município, por meio de diagnósticos socioterritoriais que serão base para as ações previstas no Plano Municipal de Assistência Social. Ou seja, o atendimento realizado a um usuário na unidade socioassistencial, necessita ter como base uma análise de dados que orienta a organização das ofertas do SUAS.

Esse objetivo nos remete, ainda, à Vigilância Socioassistencial e à gestão territorial. Ao pensar neles, pode nos vir como primeiro pensamento, o volume de demandas que os territórios apresentam e as famílias vulnerabilizadas que neles vivem. Podemos pensar na dificuldade em identificar essas famílias, as suas demandas, suas potências e qual ou quais percursos podem ser desenvolvidos durante o acompanhamento. E realmente pode ser difícil realizar essa identificação sem um auxílio de algum sistema que faça a organização das informações, de forma quantitativa e qualitativa, por nós.

Assim, quando utilizamos softwares e sistemas informatizados temos mais condições de gerar as transformações sociais de acordo com as demandas que nos são apresentadas. Um exemplo é sistema do Cadastro Único que nos fornece informações sobre território de vivência das famílias, composição familiar, condições de vida, de saúde, educacionais, entre outras inúmeras informações. É possível obter informações atualizadas do Cadastro Único de qualquer município por meio da plataforma Bolsa Família e Cadastro Único no seu Município do Governo Federal por meio do link: https://aplicacoes.cidadania.gov.br/ri/pbfcad/.

Essa plataforma permite gerar relatórios, painéis de monitoramento, informes sobre o Programa Bolsa Família e Cadastro Único, além de relatórios por assuntos de interesse, como: benefícios, Cadastro Único, condicionalidades, IGD-M, acesso ao SigPBF, consulta cidadão e capacitação. Se você ou seu município possui dificuldades em acessar algumas informações, essa é uma plataforma de fácil acesso e manuseio que traz um panorama da gestão do Cadastro Único e Programa Bolsa Família com análise comparativa dos dados a nível Brasil. Esse pode ser um bom início para identificação das famílias prioritárias para atendimento e acompanhamento.

Se somente com o Cadastro Único nós reunimos milhares de informações, quando adicionamos os dados de atendimento nas unidades, dados provenientes de outras políticas públicas, do Sistema de Garantia de Direitos e de Justiça… a gestão da informação parece ainda mais complexa e até mesmo um pouco distante da prática cotidiana.

Nessa perspectiva, torna-se imprescindível a implementação do setor de Vigilância Socioassistencial. É importante que haja uma equipe exclusiva para fazer a conexão desses dados coletados com as realidades presentes nos territórios e a capacidade de atendimento da rede socioassistencial por demanda identificada. O setor de Vigilância Socioassistencial vai capitanear a produção do Diagnóstico Socioterritorial e se conectar a outras políticas públicas, Sistema de Garantia de Direitos e Sistema de Justiça com o objetivo de municiar as equipes de referência com informação qualificada, além de ser responsável por toda a organização da informação para preenchimento dos sistemas governamentais. Se o seu município não possui o setor de Vigilância Socioassistencial implantado, comece discutindo as informações disponíveis com a sua equipe de trabalho e de gestão.

Sistemas Informatizados, gestão e organização do SUAS

Destarte, é na complexidade da gestão e análise de dados que os sistemas informatizados se tornam parceiros dos trabalhadores na estruturação do SUAS e organização das ofertas. Com os dados organizados, os planos de ação se tornam mais factíveis, próximos da realidade e a proteção social passar a ser um objetivo, de fato, realizável.

Sejam sistemas já existentes, como os governamentais, planilhas no computador ou softwares personalizados como o GESUAS, o fato é que não se pode mais pensar a gestão do SUAS sem a clareza dos dados.

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